EXEMPLO REGIONAL: Lasiodora klugi (Koch, 1850)

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NOME VULGAR: caranguejeira

POSIÇÃO SISTEMÁTICA: (segundo Bertani, 1996)

  • Filo: Arthropoda
  • Subfilo: Cheliceriformes
  • Classe: Arachnida
  • Ordem: Araneae
  • Subordem: Opistothelae
  • Infraordem: Mygalomorphae
  • Família: Theraphosidae
  • Gênero: Lasiodora
  • Espécie: Lasiodora klugi
  • Autor da espécie e ano da descrição: Koch, 1850

HÁBITAT/MODO DE VIDA
São aranhas errantes; não constróem teia para capturar as presas, mas apenas para fins reprodutivos. Os machos tecem teia espermática e as fêmeas tecem a ooteca (bolsa de ovos). São encontradas no solo, em cavidades de troncos de árvores caídos, sob pedras ou em tocas no chão e podem se aproximar de residências humanas atraídas pela alimentação (baratas ou camundongos).

ASPECTOS MORFOLÓGICOS:
As caranguejeiras são aranhas providas de quelíceras paraxiais (paralelas ao corpo) e glândula de veneno localizada no artículo basal das quelíceras. Exemplares de Lasiodora podem atingir cerca de 20cm. Apresentam cor escura (preta ou marrom) e abdome com cerdas avermelhadas urticantes que podem ser lançadas quando o animal se sente ameaçado. Caracterizam-se por apresentar no cefalotórax uma elevação com oito olhos (cômoro ocular) e uma depressão transvesal (fóvea torácica). No abdome há 4 fiandeiras, por onde saem os fios de seda, e 4 fendas pulmonares. Apresentam cerdas estridulatórias na região superior distal da face prolateral das coxas, geralmente avermelhadas e em pequeno número. As pernas apresentam muitos espinhos e seu artículo mais distal (tarso) porta tufos sob as unhas. O tarso das pernas III e IV possuem tufos densos de cerdas em forma de escova (escópula). O macho apresenta um espinho bifurcado na perna (apófise tibial).

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:
Mundial: Não é conhecida, mas sabe-se que ocorre no Sudeste, centro-oeste e nordeste do Brasil
No Estado: Ocorre em toda a Bahia

HÁBITOS ALIMENTARES:
Alimentam-se de artrópodes e pequenos vertebrados. Entre os artrópodes, podem se alimentar de insetos não voadores (besouros, grilos, baratas) e, entre os vertebrados, de pequenos lagartos, anfíbios e aves. Em cativeiro aceitam bem camundongos neonatos.

REPRODUÇÃO:
Como todas as aranhas, os machos apresentam os palpos modificados como órgãos copuladores e os espermatozóides são produzidos em um par de testículos situados no interior do abdome. Para fazer a transferência desses espermatozóides para a genitália feminina o macho produz uma teia espermática, sobre a qual deposita uma gota de esperma e em seguida, enche seus bulbos palpais. Só então procura a fêmea, tocando-a e reconhecendo-a através de suas cerdas quimiossensitivas. Com a ajuda da apófise tibial dos seus palpos, o macho levanta a região anterior da fêmea até quase uma posição vertical, introduzindo então os êmbolos dos bulbos copuladores na fenda genital feminina (epígino) e depositando os espermatozóides nos seus receptáculos seminais. As grandes fêmeas de Lasiodora, como as de algumas Theraphosidae, podem matar e devorar o macho após a cópula ou mesmo durante aproximação sexual. Por isso, após a cópula, o macho abaixa a fêmea e afasta-se rapidamente. O número de ovos por ninhada varia em torno de 700, que ficam em ootecas guardadas e cuidadas pelas fêmeas.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
Pérez-Miles, F.; Lucas, S. M.; Silva P.I. da and Bertani, R. Systematic revision and cladistic analysis of Theraphosinae (Araneae: Theraphosidae). The Forum 2 Mygalomorph Serial Publication of the American Tarantula Society. Mygalomorph. v 1. n 3. 1996.
Bertani, R.; Silva, P. I da & Lucas S. Mygalomorphae. Laboratório de Artrópodes. Instituto Butantan. The Forum 2 Mygalomorph Serial Publication of the American Tarantula Society. Mygalomorph. v 1. n 3. 1996.

ELABORAÇÃO DA FICHA:
Tania Kobler Brazil e Marcelo Perez
E-mail: lap-zoo@ufba.br

AUTOR DA FOTO: Rejâne Maria Lira da Silva

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