Os Vegetais e a Água

PTERIDÓFITAS E ESPERMATÓFITAS

As plantas vasculares apresentam ampla variação de estrutura e complexidade morfológica não comparável a nenhuma outra planta avascular. Entre a pequena Lemna e as gigantescas espécies de Sequoia e Eucalyptus ocorre uma variedade enorme de espécies intermediárias (anuais e perenes), sejam herbáceas, arbustivas ou árbóreas. Apesar dessa diversidade, todas as plantas vasculares começam sua existência como zigotos unicelulares e atingem seu tamanho final por sucessivas divisões mitóticas. O crescimento envolve um aumento de volume, ou seja, aumento do número e do tamanho das células, em geral acompanhado por sua diferenciação.

Os eixos das plantas vasculares, normalmente compostos de raiz e caule (com suas folhas), desenvolvem-se a partir de meristemas apicais localizados nas extremidades de caule (Fig. 1) e raízes (Fig. 2) e cujas células estão se dividindo ativamente. Um desses meristemas, o procâmbio, dará origem aos tecidos vasculares primários ou seja o xilema e o floema primários. Nesses ápices meristemáticos, os tecidos vasculares ainda não estão desenvolvidos e os materiais solúveis movem-se de célula a célula. Porém, à proporção que vão se afastando desses pontos de crescimento, sistemas condutores especializados são necessários para o transporte não só de água e sais minerais (xilema) como também de substâncias orgânicas (floema).

Meristema Apical

Figura 1 - Meristema apical do caule de Tradescantia sp. com as regiões da protoderme (a), meristema fundamental (b) e procâmbio (c).

Meristema  Subapical

Figura 2 - Meristema subapical da raiz de Tradescantia sp. com as regiões da protoderme (a), meristema fundamental (b) e procâmbio (c).

O sistema vascular dos vegetais pode ser comparado ao sistema circulatório dos animais no que se refere à função de distribuição de água, sais minerais e alimento por todo o corpo da planta. Diferencia-se dele, todavia pelo xilema que conduz a água e os sais minerais das raízes, passando pelo tronco até ás folhas, através de células mortas, e não através de tubos constituídos por células vivas como os vasos sanguineos. Uma vez no caule, a água evapora da superfície das folhas, perde-se e os minerais são absorvidos e utilizados pelas células fotossintetizantes do mesofilo foliar (Fig. 3).

Folha de Eschweilera Ovata

Figura. 3 Eschweilera ovata ocorrente no Parque de Pituaçu, Salvador BA. - Seção transversal da folha evidenciando a cutícula espessa (a) um feixe de xilema e floema (b) circundado por uma bainha de esclerênquima (c), e o mesofilo do tipo dorsiventral onde nota-se o clorênquima paliçádico (d) e o lacunoso (e).

O xilema e o floema estão sempre associados, formando um sistema vascular contínuo que percorre todo o corpo do vegetal, das mais finas raízes até o tronco com seus múltiplos ramos e folhas.

Sônia Sales de Oliveira
Elzeni Filadelfo de Gusmão
E-mail: elzeni@ufba.br

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